domingo, 17 de janeiro de 2016

Blog abandonado também comemora aniversário!

Olá pessoal!

Pois é, este blog minguado está comemorando 1 ano de aniversário (na verdade é amanhã, dia 18 de Janeiro). Este foi um ano de muito estudo pra mim, assim como deve ter sido de muito trabalho para vocês aí no 日本. O Brasil entrou numa crise terrível, muita corrupção e dólar nas alturas, enfim, confesso que minhas perspectivas foram abaladas com tudo isso. Mas vou continuar firme e forte, me esforçando e dando o meu melhor, pois ainda não tenho dúvidas de que, nesse mundo que vivemos hoje, é só e somente só com uma boa formação naquilo que você gosta que é possível ter uma vida realmente boa (salvo algumas exceções, claro).

Vou dar um exemplo que me fez perceber o quanto estamos em um mundo competitivo, com pessoas muito bem preparadas:

 No final do ano passado, me inscrevi para um processo seletivo para fazer um estágio de férias em um banco de investimentos, chamado BTG Pactual (isso, esse mesmo que teve o diretor preso na operação Lava Jato, haha!). Ah, a prisão dele ocorreu depois que eu participei do processo seletivo :P. Pois bem, a primeira etapa foi uma triagem de currículos (em que o RH seleciona os currículos que foram recebidos e que eles julgam melhores/mais apropriados), depois a segunda etapa foi um teste online (tipo uma prova de matemática e lógica, em ingles), e a terceira etapa foi uma dinâmica de grupo na sede do banco. Eu fui até a terceira etapa, e realizei a dinâmica de grupo no banco. Fui numa sexta-feira, de manhã,e deviam ter umas 40 pessoas mais ou menos (naquele dia, no total foram cerca de 2 mil inscritos).


Sede do banco em São Paulo (no mesmo prédio da sede do Google :P)


A dinâmica constituiu em uma apresentação pessoal de cada um (com duração de 3 minutos cada), na qual você deveria resumir sua história, e responder as perguntas "Por quê o mercado financeiro?" e "Por quê o BTG Pactual?". Eu estava bastante nervoso, afinal era a primeira vez que eu participava de algo desse tipo (no Japão as "entrevistas" de emprego não tem nada a ver com um processo desse, né). A conclusão que tirei dessa parte do processo é que o pessoal estava EXTREMAMENTE preparado. Galera bem nova, geralmente com pouco mais de 20 anos (eu era o mais velho lá), e falavam muitíssimo bem. A maioria já demonstrava ter um bom conhecimento de mercado financeiro e do banco. Eu fiquei bastante impressionado.

A segunda etapa da dinâmica foi o que eles chamam de Case (caso). Fomos separados em grupos de 5 pessoas, e foi distribuído um "Case" para cada grupo, com uma "historinha" de um caso, para o qual tiínhamos 20 minutos para discutir, e depois cada grupo tinha 5 minutos para apresentar a solução para o caso. Eu fui melhor do que eu esperava nessas duas partes da dinâmica, consegui falar razoavelmente bem, sem "travar" nem nada, hahaha (tenho dificuldade de falar em público).

Não fui chamado para as outras etapas da dinâmica, e realmente eu nem deveria ter sido, pois havia pessoas muito mais preparadas do que eu lá. Mas foi uma grande lição para mim ter participado disso, pois eu consegui perceber bem como é o mundo atualmente. As pessoas estão, sim, muito preparadas. Acho que posso fazer uma analogia com a distribuição de renda: existe muita gente pobre, extremamente pobre. Porém os que são ricos são absurdamente ricos, então se você quer disputar riqueza, você vai ter que ser MUITO rico. No mundo dos negócios, da mão de obra altamente especializada, é a mesma coisa. Por isso, meus amigos, se vocês almejam uma vida melhor, vocês TEM que estudar. Tem que se especializar, estar sempre se atualizando, pois o mundo é dinâmico, ele se move, tudo está em constante mudança. Se nossos ancestrais competiam por alimento, aprimorando cada vez mais a lapidação de suas lâminas e melhorando suas ferramentas, hoje as pessoas fazem pós-graduação, mestrado, doutorado. Só vai ter um lugar ao sol aquele que estiver mais bem preparado e, afinal, sempre foi e sempre será assim.

Espero conseguir fazer posts com mais freqüência, e também que consiga estar inspirando alguém a buscar por algo melhor na vida =)

Que a força esteja com vocês!

2 comentários:

  1. Muito interessante a sua história para poder entrar na USP. Mas ainda mais interessante foi a sua tomada de consciência para sair da sua vida "cômoda" (como você mesmo disse) no Japão, retornar ao Brasil e fazer toda a epopeia para retomar os estudos, se preparar e levar a termo o seu propósito e conseguir fazer o mesmo. Meus parabéns.

    Eu sou engenheiro e estudei na década de 1990. Quando eu decidi prestar o vestibular para engenharia, o país estava atravessando uma crise horrível, muito parecida com a atual (foi no ano do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello), não havia perspectiva alguma para a engenharia (procure saber sobre isso na Internet, verá que os engenheiros que conseguiram se manter naquela época foram praticamente todos para o mercado financeiro), enfim, era calamitoso. Eu havia feito curso técnico e a própria empresa na qual eu tinha estagiado como técnico acabou fechando as portas aqui no Brasil e se mudou para o Chile. A situação estava muito, mas muito ruim mesmo. Como disse, eu havia feito curso técnico, então, muitas coisas de história, geografia, biologia, entre outros, eu tinha visto muito superficialmente. Apesar de ter estudado com profundidade matemática (na escola técnica eu tive no fim do terceiro ano o início de cálculo - limite, derivadas e técnicas iniciais de integração) e física, me faltava o conhecimento daquelas disciplinas que comentei. Então, me matriculei em um curso preparatório. Lembro-me como se fosse hoje: pedi as contas no estágio no início de fevereiro e após o carnaval começaram as aulas. O curso era muito, mas muito pesado. Tinha aula das 7h até as 14h. Depois eu ia para casa, almoçava e recomeçava das 15h30 até 23h30. De segunda a sábado. E todo domingo, TODO, havia simulados. Insano. Isso tudo para poder ministrar e revisar toda a matéria até outubro, pois o curso também era pré-militar e preparava para os vestibulares das escolas superiores militares, que realizavam seus concursos em fins de outubro. Na época, eu resolvi praticamente todo os três volumes do Ramalho e do "Tópicos de Física" (que era o livro usado no Colégio Naval); resolvi o Feltre todo (em química) e de matemática "Fundamentos de Matemática Elementar", do Gelson Iezzi, foram 10 volumes que valeram a pena. Eu acabei passando para a UFRJ, UFF, UFRRJ, UERJ, EFOMM e Escola Naval. Cheguei a fazer o vestibular da UNICAMP na época (era a universidade mais badalado do país), mas não fui até o final. Ah, sou do Rio de Janeiro.

    Por incrível que pareça, depois que me formei as coisas ficaram melhores para a engenharia aqui no Brasil, bem diferente da atual situação. Alguns colegas meus chegaram a trocar de emprego como quem troca de roupa, ali no período de 2006, 2007, quando o país surfava na onda de viver de exportar petróleo e minério de ferro.

    Bom, espero que você tenha essa "disposição" toda para encarar os 5 anos do curso de engenharia (você vai precisar), especialmente se conseguir passar da pedreira que são os cálculos e as físicas (devo ter resolvido praticamente a coleção Schaum, Munem & Foulis e os Haliday quase todos...).

    Forte abraço e tudo de bom.

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  2. uma boa historia "Fernão Capelo Gaivota", talvez você queira escrever uns relatos para ajudar outros jovens que atravessam por esses momentos tão complexos. "A simples verdade é que nem todos nós nos tornamos os homens que um dia esperávamos ser. Mas somos todos criaturas de Deus."

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