sábado, 27 de junho de 2015

Estudos não tão organizados assim

Olá pessoal!

Final de semestre chegando, últimas provas semana que vem, sabem o que a palavra "férias" significa pra mim? Significa algo como "posso acordar meio dia sem peso na consciência por não ter estudado! HAHA". É mais ou menos isso :P

Bom, neste post vou resumir a forma como estou organizando meus estudos desde que entrei na faculdade. Diferentemente de quando eu estava estudando para o vestibular, agora existem muitas outras coisas que preciso fazer, não é apenas estudar a matéria dada em aula. Tenho trabalhos para fazer, relatórios para escrever, sou membro do Centro Acadêmico do meu curso, enfim, o tempo tem que ser bem administrado mesmo. Particularmente acho que o ideal é tentar estudar cada tópico de cada matéria no dia em que tal assunto foi discutido em aula, porém não tenho conseguido fazer isso. No fim das contas os assuntos a serem estudados ficam de certa forma acumulados, tem sido difícil evitar isso =/

Em matérias como Cálculo, Física, Química, meu método de estudos é basicamente a resolução de exercícios. Muitos. Entender bem a lógica por trás das muitas fórmulas, equações e teoremas é obviamente importante, e conforme eu resolvo exercícios esse entendimento vai ficando mais completo. Além disso, não se pode deixar uma coisa importante de lado, que é ir bem nas provas e PASSAR nas matérias, né! As provas dessas matérias não fogem muito de um certo modelo, que é baseado em exercícios que são meio que "padronizados". Portanto a resolução dos muitos exercícios existentes nos livros serve também como uma forma de pegar a "manha" desses exercícios. Assistir à aulas no YouTube, onde é possível encontrar excelentes explicações, também continua sendo um método que utilizo.

Meu curso não possui muitas matérias que sejam mais teóricas (acredito que seja assim com quase todas as engenharias), mas com este tipo de matéria eu procuro fazer resumos e focar nos conceito-chaves. Este semestre estou fazendo Química Inorgânica, que é uma dessas matérias. Fiz resumos das aulas e dos capítulos de livro que tratam do assunto das mesmas. Acho que é uma boa forma de reter os pontos principais. Além disso, resolver listas de exercícios dos professores é, com certeza, uma ótima forma de estudar e inclusive de se preparar para as provas, pois existe grande chance de a prova conter coisas muito parecidas com àquelas presentes nas listas.
Enfim, apesar da eficácia de um método de estudo ser de certa forma algo pessoal, acredito que o que eu disse aqui pode servir pra maioria das pessoas ;)!

Não me considero uma pessoa que tenha muita facilidade com essas matérias exatas (que são uma dor de cabeça pra muita gente), por isso eu realmente estudo bastante. Talvez você, que está aí trabalhando numa fábrica e começou a pensar na idéia de estudar, entrar numa faculdade, tenha muito mais facilidade do que eu =)!
Não existe uma "receita" que vá funcionar para todos, porém a força de vontade com certeza é um ingrediente necessário em qualquer uma delas. Se você estiver decidido e com seu foco bem definido, encontrará a forma de estudos que melhor se encaixa ao seu perfil.

E é isso! Quero deixar aqui também um conselho: não pense que você não é capaz. Eu sou uma pessoa EXTREMAMENTE pessimista, e hoje vejo como isso já me prejudicou. Eu não acreditava em mim, quando comecei a cogitar a possibilidade de voltar a estudar eu mesmo me impunha mil e uma dificuldades. Não faça isso. Se você pretende buscar algo melhor para seu futuro através dos estudos, busque. Não coloque obstáculos, não ache que não é pra você.

Um abraço a todos!


domingo, 14 de junho de 2015

"Aluno de graduação em Engenharia Física - Universidade de São Paulo - USP"

Olá pessoal!

Vou começar esse post com uma imagem que resume tudo o que foi dito até aqui:




Essa foto é do dia da minha matrícula na Universidade de São Paulo. A primeira carteira de estudante que é entregue é provisória, pois a confirmação de interesse em ficar com a vaga conquistada é feita no final do semestre (junho).
Bom, e o que muda sendo agora um estudante universitário?Mais precisamente, um estudante da Universidade de São Paulo? Bastante coisa. Após conquistar a USP, sem dúvida é possível conquistar o mundo, como está escrito no folheto que é entregue no dia da matrícula. Mas como a primeira conquista, a segunda também demanda muito esforço, dedicação e empenho.

Vou explicar como funciona o meu curso (Engenharia Física), mas acredito que muito do que vou dizer aqui deva valer para muitos outros cursos da USP. O curso de Engenharia Física é dividido em semestres. O total de semestres ideal para sua conclusão é de 10, ou seja, 5 anos. "Ideal" aqui significa que, para concluir o curso neste tempo, você deve cursar todas as disciplinas sem "repetir". O tempo máximo para conclusão do curso é de 15 semestres, o que significa que, se neste intervalo de tempo desde seu ingresso você não concluir o curso, você será "jubilado"(expulso da faculdade, por assim dizer).
As matérias do curso são divididas em "créditos". Vou tirar a definição de crédito do próprio site da USP:

"Crédito é a unidade correspondente às atividades exigidas do aluno. As atividades relativas às aulas teóricas, aos seminários e às aulas práticas têm seu valor determinado em crédito-aula. Cada crédito-aula corresponde a quinze horas-aula"
Além disso, existe a obrigatoriedade de se concluir os "créditos-trabalho", que são relativos à iniciações científicas (irei fazer um post sobre isso), participação em eventos realizados pela Universidade, entre outros. Resumindo, o curso possui um total de 3735 horas em créditos-aula, além de 750 horas de créditos-trabalho (dos quais 360 são relativos ao estágio obrigatório). É bastante coisa, acreditem em mim.
Ao realizar a matrícula na faculdade, você ja é automaticamente matriculado nas matérias do primeiro semestre. No meu caso, foram as seguintes:




Como vocês podem ver, a carga horária das matérias é contada como créditos. 28 créditos no semestre significa, de forma resumida, que eu tinha 28 horas de aula por semana. Pensem nas 3735 horas de aula necessárias pra conclusão do curso... =P
Do segundo semestre em diante você deve realizar as matrículas em cada matéria por si mesmo. Existe uma certa "liberdade" na escolha de de suas matérias,. Por exemplo, apesar da matéria Química de Materiais ser uma matéria do segundo semestre do meu curso, eu poderia ter optado por não fazê-la no segundo semestre, ou seja, não me matricular. Porém, essa liberdade é relativa mesmo, uma vez que a matéria TEM que ser cursada para que se conclua o curso. Além disso, existem os "requisitos" de matéria. Não é possível cursar Cálculo II se você não se matriculou e passou em Cálculo I, por exemplo. O curso inteiro funciona desta forma: deve-se ter passado em uma matéria "X" para que se possa cursar a matéria "Y". Daí vem uma grande pressão para não repetir as matérias, uma vez que repetir em uma matéria pode significar um atraso em seu curso.
Com relação à notas (coisa muito importante, haha): a média em Engenharia Física (e na maioria dos cursos da USP) é 5,0. Grande parte das matérias é avaliada com duas provas, as famigeradas P1 e P2. A P1 é a prova realizada no meio do semestre, e a P2 no final. Se sua média das duas provas for superior à 5,0, corra pro abraço. Se estiver entre 3 e 5, ainda tem tempo de recuperar: você poderá realizar uma prova de recuperação, e a média da sua média anterior + nota da recuperação deve ficar maior ou igual a 5,0. Se a média das suas provas P1 e P2 for inferior a 3,0, dançou. Você pegou DP(dependência), ou seja, repetiu. Existem matérias que possuem outros quesitos na avaliação, como trabalhos escritos, apresentação de seminários, entre outros. Mas o que descrevi acima se aplica à maioria das matérias.

Esse é um resumo das suas "obrigações" dentro da USP. Mas ser estudante universitário não significa apenas cumprir com suas matérias obrigatórias, longe disso. Existem MUITAS outras atividades que podem ser realizadas, a saber: esportes, participar das entidades estudantis (como centros acadêmicos e empresas júnior), entre outras coisas. Acredito que aproveitar todas essas oportunidades dentro da universidade é muito importante, pois a construção do futuro profissional tem como base inicial o seu trajeto durante a graduação;. Eu, no momento, faço parte do Centro Acadêmico de Engenharia Física, e irei começar um projeto de Iniciação Científica provavelmente em agosto.
É possível perceber que a vida de estudante dentro da USP é bem agitada, né? O melhor disso tudo, a meu ver, são as perspectivas para o futuro. Eu não costumo ser uma pessoa muito otimista (quem leu meus outros posts já deve ter percebido isso), mas eu acredito que essa caminhada na graduação irá me abrir muitas portas, me proporcionar muitos bons contatos e um futuro promissor. Sempre penso no contraste que esse fato tem com minha antiga rotina no Japão: qual era a perspectiva lá? Quais eram as chances pro futuro? Pensem nisso =)!

No próximo post irei detalhar mais o meu esquema de estudos para "sobreviver" dentro da universidade, hehe!

Abraço a todos!








segunda-feira, 1 de junho de 2015

"Como eu vim parar na USP?" Parte final - Resultados

Olá pessoal! Desculpem a demora em dar continuidade ao post "Como eu vim parar na USP?", a faculdade está consumindo praticamente todo o meu tempo.. mas vamos lá ;) !

Bom, assim que terminei a segunda fase da Fuvest, que foi o último vestibular que faltava, tudo que me restava era esperar. Eu estava confiante em relação à Unesp e ao SISU, no qual me inscrevi em Engenharia na UFABC. Não tinha muita esperança de ter conseguido vaga nas outras universidades para as quais eu havia prestado (USP, UNICAMP e UNIFESP). A esta altura eu ja estava saturado, o último ano e meio da minha vida se resumira a estudar e ficar muito ansioso. Precisava de um descanso, e para isso, uni o útil ao agradável: Japão!

Em junho de 2014 iria fazer 3 anos que eu havia saido do Japão, e com isso o meu Re-Entry ( para quem não sabe do que se trata, veja aqui) iria vencer. Perder a data do Re-Entry significaria perder o visto permanente que eu possuía para o Japão, algo que eu não queria que acontecesse. Com isso, resolvi voltar para o Japão e esperar o resultado dos vestibulares por lá, assim além de matar as saudades que eu estava sentindo (dá pra imaginar né?), eu iria de certa forma "renovar" meu Re-Entry.
Enquanto eu programava a viagem para o Japão, a primeira boa notícia veio: passei na primeira chamada pelo SISU para a UFABC! O MEC havia liberado o resultado da primeira chamada dia 13 de Janeiro, e eu estava entre os selecionados. Senti uma imensa alegria com isso, pois agora sabia que, mesmo que não houvesse conseguido passar em nenhuma das outras faculdades públicas, uma vaga em uma universidade federal ja estava garantida =)
Minha viagem já estava marcada: embarcaria para o Japão dia 15 de Janeiro, e voltaria dia 31 do mesmo mês, e isso por um motivo: o resultado da Fuvest estava programado para sair no dia 2 de fevereiro, e eu obviamente queria estar aqui no Brasil quando isso acontecesse. Como eu tive que marcar minha viagem praticamente de última hora, e havia passado na UFABC, foi uma correria terrível para que eu me matriculasse na faculdade (a matrícula tinha que ser feita até o dia 21!). Ainda irei dedicar um post à isso. Deixei uma procuração para a minha mãe fazer a matrícula para mim, pois 2 dias depois de sair o resultado eu já estava embarcando para o Japão.

Ir para o Japão passar essas curtas "férias" foi realmente muito bom. Foi uma experiência diferente, mesmo após ter vivido metade da minha via lá. Passei a notar coisas que simplesmente passavam despercebido por mim, como o absoluto silencio dentro dos trens, a educação com a qual você é tratado em qualquer lugar que você entre, enfim, coisas do dia-a-dia que diferenciam o Japão da maioria do resto do mundo. Revi amigos de infância, comi muito e descansei bastante :P
Minha mãe me mandou fotos da UFABC de quando foi fazer minha matrícula, e uma foto da matrícula também, é claro. Ou seja, agora eu era oficialmente um aluno de graduação em uma universidade federal! Não é difícil imaginar o quanto isso significou para mim, depois de todo o esforço, finalmente estava vendo um resultado concreto.
Renovei meu Re-Entry no Japão, e como a lei havia mudado depois que sai de lá em 2011, agora a validade do Re-Entry era de 5 anos.
Passadas pouco mais de duas semanas, chegou a hora de voltar ao Brasil.. Nessa volta senti um misto de alegria e tristeza. Alegria por já saber de um resultado positivo, de saber que meus próximos anos seriam dedicados a trilhar um caminho promissor para o meu futuro. Tristeza por estar novamente deixando o Japão.
Como eu falei anteriormente, a Fuvest havia marcado para divulgar a primeira chamada do vestibular no dia 2 de fevereiro. Embarquei de volta no dia 31 para chegar no Brasil dia primeiro, e aguardar com uma ansiedade infinita esta chamada. Porém, ocorreu que a Fuvest decidiu antecipar essa divulgação, a qual foi feita no próprio dia primeiro! Enquanto eu estava voando, a primeira chamada do vestibular para a USP estava sendo divulgada, e eu obviamente não fazia a menor ideia disso.
Aterrizei no aeroporto internacional de Guarulhos na tarde do dia primeiro, uma tarde de verão com um calor infernal. Meus pais estavam me esperando no aeroporto, imagino como eles deveriam estar ansiosos.. =D

Apareci naquele corredorzinho onde todos esperam quem está chegando de viagem, e lá estavam eles. Fui empurrando meu carrinho com minhas malas tranquilamente, e minha mãe já veio toda eufórica em minha direção. Beijos, abraços, minha mãe diz:
- Vem cá, tenho uma coisa pra te mostrar!
Ok mãe, o que é?
- Olha aqui:
Ela me mostra o celular com uma tabela, aquelas letras pequeninas que são ruins de ler. Logo que eu vi não entendi muito bem do que se tratava, mas analisando com um pouco mais de calma, lá estava:

FUVEST - LISTA DE PUBLICAÇÃO - PRIMEIRA CHAMADA

E constava um nome familiar lá: PEDRO NOVAK NISHIMOTO

Sim, era isso mesmo: eu havia passado na primeira chamada para a Universidade de São Paulo! A ficha demorou um pouco para cair na minha cabeça. Havia acabado de chegar de uma viagem de mais de 30 horas, não tinha dormido quase nada no avião, estava "embriagado" de sono e cansaço. Eu realmente levei um tempo para digerir essa informação e me dar conta de que o meu objetivo inicial havia sido alcançado. Após isso, outros resultados vieram: UNICAMP, UNESP e UNIFESP. Eu havia passado em TODOS os vestibulares que prestara, na primeira chamada. Lembram que eu prestei o vestibular da FEI (faculdade particular) para Engenharia Elétrica, apenas para "garantir" caso não passasse em nenhuma das faculdades públicas? Pois é..eu não esperava que o resulado fosse tão positivo.

Bom, termina aqui minha série de postagens sobre como eu vim parar na USP, afinal, acho que já deu pra entender como né =)
Do próximo post em diante, irei falar sobre a minha rotina como estudante de Engenharia Física na USP.

Um abraço à todos!