segunda-feira, 2 de março de 2015

"Como eu vim parar na USP?" Pt.3 - Organização para estudos PESADOS

Olá pessoal!

Dando continuidade ao último post..

Fiz minha matrícula no Objetivo Paulista em dezembro de 2012 com 80% de bolsa, início das aulas previsto para fevereiro de 2013. Ao realizar essa matrícula lembro-me bem do pensamento que tive: "Pode dar certo! Talvez eu consiga mesmo entrar numa faculdade, quem sabe até mesmo uma pública!". Vocês podem me perguntar "ué, mas a essa altura você ainda tinha essas dúvidas?", e eu respondo: SIM. Sou uma pessoa um tanto quanto pessimista, dificilmente acredito que coisas improváveis possam acontecer, e era extremamente improvável que eu conseguisse entrar numa BOA faculdade pelos vestibulares DAQUELE ANO ainda.
Continuei, então, estudando sozinho em casa. Eu já estava estudando o conteúdo do ensino médio, e já estava bem regrado quanto aos meus horários e organização dos estudos, que eram feitos da seguinte forma: após uma boa pesquisa sobre os melhores livros didáticos para o ensino médio, encontrei-os na internet, em pdf, e utilizei esses livros para guiarem meus estudos. Foram os seguintes livros:



Da esquerda para a direita: Matemática Volume Único, Gramática da Língua Portuguesa, Os fundamentos da Física (são três volumes), Biologia Volume Único, além de uma coleção também em três volumes de química do Ricardo Feltre (esse último não possuo imagem). Para História do Brasil utilizei o livro do Nelson Piletti (também não possuo imagem).
As demais matérias, como História Geral, Geografia, Literatura, Filosofia, não consegui encontrar livros na internet, portanto em relação à essas matérias estudei sem livros, apenas pesquisando quais são os conteúdos cobrados nos vestibulares. Ah, tem também a redação, que é de EXTREMA importância para QUALQUER vestibular. Você TEM que saber escrever bem. Eu só viria começar a treinar redação no cursinho, por motivos óbvios.
Segui os conteúdos das matérias de acordo com a ordem em que aparecem nos livros, ou seja, desde seus respectivos começos. Acompanhava cada tópico com vídeo aulas no youtube (existem excelentes canais de praticamente todas as matérias, farei uma boa lista em um futuro tópico), pesquisas no Google, sites de estudos, fóruns, etc. Recursos existem aos montes. Uma vez estudados os conteúdos, eu praticava exercícios. MUITOS. As matérias que eu não possuía livros eram as que davam mais trabalho nesse quesito, pois precisava ficar procurando exercícios na internet para poder treinar a fixação dos conteúdos, e tinham que ser exercícios que tivessem resposta, de preferência. Isso demandava um bom tempo e era um pouco cansativo, mas tem-se que ter paciência mesmo.

Consegui excelentes resultados estudando dessa forma. Se tivesse ficado esperando iniciar as aulas no cursinho, sem fazer nada até então, teria sido muito mais complicado: como eu já disse, o cursinho é uma revisão intensiva, ou seja, se você não souber simplesmente nada e for querer aprender tudo lá, do zero, fica bem complicado. As aulas iniciaram na primeira semana de fevereiro, e eu obviamente não podia estar mais ansioso. Depois de tanto tempo sem saber o que era uma sala de aula (o supletivo que eu fiz nem entra nesse quesito) senti uma grande emoção quando entrei naquela sala de aula, enorme, lotada de jovens em busca do mesmo que eu. Com os primeiros dias e semanas de aula, vi também o quanto os meus estudos tinham rendido: muito do que eles davam lá eu já havia estudado em casa.
A minha rotina, então, ficou da seguinte forma:acordava as 5 da manhã, tinha aula no cursinho das 7 da manhã às 12:50, fazia pausa de uma hora de almoço (almoçava no cursinho mesmo), e ficava das 14 horas até mais ou menos 19 horas nas salas de estudo, onde também haviam monitores de todas as matérias para esclarecer dúvidas. Tinha aula de redação uma vez por semana, além de, também, escrever redação para as aulas de português, ou seja: escrevia duas redações por semana. Levava entre uma hora e uma hora e meia para chegar em casa, tomava banho, jantava e CAMA. Essa rotina era de segunda a sábado (no sábado tinha aulas das matérias específicas de exatas, ou seja, matemática, física e química).

Conforme os meses foram passando, as dificuldades foram ficando maiores. Eu obviamente não havia conseguido estudar todo o conteúdo necessário em casa sozinho (lembrem-se de como eu tive pouco tempo). Quando começaram os tópicos que eu nunca havia ouvido falar, minhas dificuldades aumentaram bastante. Havia simulados frequentes no cursinho, com provas simulando ENEM e vestibulares (USP, UNICAMP, UNESP etc). Mantive o ritmo que eu descrevi acima ininterruptamente até mais ou menos julho, quando houve as férias do meio do ano (aproximadamente 20 dias). Férias aqui deve ficar entre aspas.  Não estava tendo aula, mas continuei estudando fortemente em casa, seguindo praticamente o mesmo ritmo. Quando as aulas voltaram, o clima já estava quente: os vestibulares já estavam próximos, a inscrição para o ENEM estava prestes a abrir, eu ja começava sentir a pressão que estava por vir. Estava indo bem nas matérias, porém ainda possuía uma nítida dificuldade em exatas. São matérias que você necessita ter uma base muito sólida pra conseguir avançar nos conteúdos, e a minha base não era tão sólida assim. Tive que aprender tudo muito rapidamente, com pouco tempo para consolidar as coisas na cabeça.

A rotina ficou mais pesada depois que as aulas voltaram: havia simulado TODO FINAL DE SEMANA. E eu fiz TODOS. Os simulados duravam três dias (sábado, domingo e segunda) e iniciavam às 14 horas. Era uma loucura: assistia a aula normalmente, até 12:50, almoçava voando e entrava na sala para encarar uma prova de 4, 5 horas.
Em meados de agosto (não me lembro muito bem a data), as inscrições para o ENEM abriram. Fiz a minha logo no primeiro dia, e marquei a opção para receber o certificado de conclusão do ensino médio (sim, oficialmente eu tinha apenas o ensino fundamental, e estava querendo entrar na USP no ano seguinte...que rapazinho petulante.). Seguiram-se nos meses seguintes as inscrições para os outros vestibulares. Eu me inscrevi nos seguintes, além do ENEM: Fuvest (para a USP), COMVEST (para a UNICAMP), UNESP, UNIFESP e FEI (essa é uma faculdade particular).

Mas por que eu me inscrevi no vestibular de uma faculdade particular? Simples: no fundo, eu achava que havia grandes chances de eu não passar em nenhuma faculdade pública (que, como acredito que todos sabem, são as mais difíceis e mais conceituadas, no Brasil). Pensando nisso, decidi me inscrever também no vestibular da FEI, que é uma boa particular para Engenharia. Eu não teria condições de pagar a mensalidade, porém iria recorrer ao FIES (para quem quiser mais informações sobre o FIES, pode encontrar aqui). Não era nem de longe o que eu queria, mas, para mim, seria essa a saída caso não entrasse em nenhuma faculdade pública (o que eu achava que era o mais provável).

No próximo post, irei detalhar a época dos vestibulares, as provas, a tensão e tudo o que se sucedeu!

Um abraço à todos!







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